Democracia
Um passo. Abismo. Palavra. Choque. Quase retorno. Marco. Abutre. Algo assim. Tanto assim. Falta de. Descompasso. Resistência. Existência. Farsa. Tragicomédia. Rachadura. Epílogo. Base. Conchavo ou convexo. Sem contra-indicação. Uma pílula. Desgaste. Resgate.
Entreato, um ponto de exclamação. Nas bordas, ponto de interrogação. Ou vice-versa.
A pergunta é: O que se fazer com esse trambolho? Jogar às traças ou na próxima caçamba? Fingir que não é conosco nem convosco? Mandar uma banana e dar o foda-se? Acreditar em algo que realmente signifique? Partir pra desobediência civil? Criar uma nova ordem, que amanhã, ao acordar, já vai ter rugas e marcas de expressão? Marcar no asfalto a sua indignação? Dignar-se? Enfiar a mão na próxima besta apocalíptica? Inventar uma nova solução? Partir pro abraço? Partir pra treta no facebook? Aguentar o tranco e decidir-se? Comprar mantimentos e guardar num bunker? Viver como se não houvesse amanhã? Virar pro outro lado e dormir? Chorar pitangas insuportáveis? Cagar regras contemporâneas? Fingir que é só um momento estranho? Rezar pra qualquer deus milionário? Rezar pra outro deus vagabundo? Tornar-se um? Chapar o coco e esperar pela próxima dose de uísque barato? Mudar pro Uruguai e comprar uma banca de marufa? Estudar um pouquinho mais sobre? Virar vegano e plantar suas próprias mandingas? Falar pelo outro? Inventar novas ideias irracionais? Ouvir o o coração? Comprar um espelho e colocar no teto em cima da cama? Jogar tudo pro alto e continuar embaixo? Pegar a próxima saída e se mandar pras montanhas? Sair pra rua na próxima manifestação que nem sabemos sobre o que é? Guardar na caderneta os nomes de quem realmente você pode contar? Acreditar? Sim? Não?